Talvez Robert Plant, Jimmy Page, John Bonham e John Paul Jones não soubessem que cravariam de vez o nome do Led Zeppelin na história quando lançaram o segundo álbum da banda. Considerado o mais pesado do repertório, Led Zeppelin II (1969) foi eleito pelas revistas Spin e Rolling Stone como um dos melhores álbuns de todos os tempos.
Foi, também, o primeiro trabalho do Led a alcançar o topo das paradas, desbancando ninguém menos que os Beatles. Até a capa fez história: em 1970, o diretor de arte David Juniper, responsável pela ilustração baseada em uma foto da II Guerra Mundial, foi indicado ao Grammy por esse trabalho.
Led Zeppelin II, que se tornou um dos maiores sucessos comerciais e de crítica britânica, é o primeiro título do NRC+ Essentials, projeto com curadoria focada em clássicos internacionais do rock e do pop, lançados em vinil. Conheça cinco curiosidades sobre um dos mais lendários álbuns da história do rock:
Improviso na estrada
Led Zeppelin II foi gravado ao longo de quase seis meses nas cidades de Londres, Nova Iorque, Los Angeles e Vancouver. “Não tínhamos tempo, e precisávamos escrever nos quartos de hotel. Quando o disco saiu, eu já não aguentava mais. Tinha ouvido tantas vezes e em tantos lugares. Acho que perdi a confiança nele,” declarou Page à revista Rolling Stone.
Elementos inusitados
Para atingirem a sonoridade psicodélica que a banda buscava, os integrantes usaram da criatividade: apelaram para um banco de bateria, latas de lixo e até um case de guitarra, que virou percussão na faixa “Ramble On”. Os estúdios foram substituídos por corredores para captar a gravação das guitarras. Tudo em nome da arte.
Sucesso absoluto
O disco atingiu um total de três milhões de cópias vendidas nos primeiros meses de lançamento, alçando o Led Zeppelin a um novo patamar de sucesso. A banda atingiu o primeiro lugar das paradas dos Estados Unidos e Reino Unido, desbancando até o clássico Abbey Road (1969), dos Beatles.
Inspirações psicodélicas
Led Zeppelin II, responsável por concretizar a identidade da banda, bebeu da fonte da psicodelia, muito forte nos anos 1960, e no Chicago Blues, movimento que surgiu na cidade estadunidense e trouxe para o gênero musical a adição de instrumentos elétricos. Também é possível perceber elementos do folk em algumas das faixas.
Composição polêmica
“Whole Lotta Love” se tornou um dos maiores sucessos da história da banda. A história dela é inusitada: tudo começou com um riff criado por Jimmy Page, que compôs a música em parceria com os colegas. Robert Plant, no entanto, buscou inspiração em “You Need Love”, de Willie Dixon, para a letra. Quem não gostou nada disso foi o cantor: ele entrou com um processo contra a banda após sua filha, Shirli Dixon, na época, com 13 anos, ouvir “Whole Lotta Love” na rádio e notar a semelhança entre as duas faixas.
No fim, as duas partes acabaram resolvendo tudo com um acordo: Dixon passou a ser creditado como um dos compositores da faixa, além de ter recebido uma indenização, que foi posteriormente destinada aos herdeiros. “Você só é descoberto quando é bem-sucedido. Esse é o jogo,” declarou Plant à revista Musician sobre o caso.