97% dos ouvintes não distinguem músicas feitas por IA; aponta pesquisa

19/11/2025

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Por: Vitória Prates

Fotos: Unsplash

19/11/2025

Ao rolar o feed do TikTok, com certeza você já se deparou com algum vídeo da Tocanna. Com paródias sobre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, muitos se surpreendem ao perceber que se trata de um personagem de IA.

Meia humana, meia tucana, a personagem foi criada pelo designer Gustavo Sali, no final do ano passado. Hoje, além dos milhares de seguidores nas redes sociais, Tocanna ganhou até perfil verificado nas plataformas de streaming, com um milhão de ouvintes mensais.

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Tocanna não é a primeira — e nem será a única. A produção artística, de modo geral, já foi impactada pela inteligência artificial. Foi pensando nisso que a Deezer, junto ao Instituto Ipsos, elaborou uma pesquisa para entender como o ouvinte entende essa nova ferramenta na indústria musical.

O estudo traz 9 mil entrevistados de oito países – Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Holanda, Alemanha e Japão —. Eles foram convidados a ouvir três músicas e afirmar se eram ou não feitas por IA. 

O resultado foi surpreendente: 97% dos entrevistados não conseguem distinguir músicas feitas por IA e por humanos O estudo ainda discute rotulagem de músicas, oposição à violação de direitos autorais e preocupação com a remuneração dos artistas.

Na Deezer, 34% das músicas carregadas diariamente na plataforma são feitas por IA. 64% dos participantes da pesquisa ainda acredita que a inteligência artificial levará a perda de criatividade na produção musical, gerando músicas cada vez mais genéricas. 

Em relação à transparência e legislação, 80% concordam que a música 100% gerada por IA deve ser claramente identificada para os ouvintes e 70% apresentam preocupação com a classe artística, afirmando que a IA ameaça a remuneração dos músicos. 

71% ficaram surpresos com os resultados e 52% desconfortáveis por não serem capazes de diferenciar. A pesquisa ainda aponta o Brasil como o país mais curioso em relação à inserção da IA na música. 

UBC lança campanha em favor da regulamentação da IA na música

A União Brasileira de Compositores (UBC) e a Pró-Música Brasil se uniram para a campanha “Toda criação tem dono. Quem usa, paga”, lançada na última segunda-feira (17/11). O movimento pressiona por um marco regulatório que proteja a criação humana no ambiente digital.

Um dos pilares da campanha é esclarecer que a tecnologia de IA, em si, não é o problema. Pelo contrário: pode – e deve – ser ferramenta de inovação e instrumento do processo criativo. O ponto de tensão surge quando grandes empresas se apropriam sem autorização, sem transparência e sem pagamento.

A campanha já foi aderida por Caetano Veloso, Marina Sena e Marisa Monte. “Com uma regulamentação justa, criatividade e tecnologia podem caminhar juntas”, comenta Marisa. Já Caetano Veloso mostra preocupação com a classe artística: “É urgente garantir condições éticas para o uso da inteligência artificial no Brasil.” Quem quiser saber mais e aderir a campanha, veja aqui.

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19/11/2025

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Vitória Prates