Mahmundi não decepciona em Bem-vindos de Volta (2025). Passeando pelo rock com trip hop e camadas eletrônicas intimistas, características de sua musicalidade, o novo álbum da carioca, lançado em novembro, inclui participações de Rico Dalasam, Castello Branco e da escritora Maria Isabel Iorio. Esse quinto álbum é um mergulho na intimidade e nas inspirações literárias da cantora.
Partindo da forte influência do livro Simpatia (2016), de Castello Branco, o mapa sonoro de Mahmundi reúne textos, poemas, parcerias e experimentações que moldaram sua criação. Além de cantora e compositora, Mahmundi também é instrumentista e produtora musical: em Bem Vindos de Volta, ela divide a produção com Adieu — nome artístico de Pedro Lucas Ferraz, conhecido pelo trabalho ao lado de Marina Sena e Pabllo Vittar.
“Esse disco é, também, um reencontro comigo. É maduro, é solar, é eletrônico e, ao mesmo tempo, tem a marca das pessoas que eu admiro e com quem dividi essa jornada. É retorno, presente e futuro”, explica Mahmundi. Sua discografia se completa com Amor Fati (2023), Mundo Novo (2020), Para Dias Ruins (2019) e a estreia com Mahmundi (2017).
Confira Bem Vindos de Volta faixa a faixa:
“Mapa Mundi”: esta é uma composição que fiz com base no livro Simpatia, do Castello Branco. Vocês vão perceber que falarei muito sobre este livro, porque ele me deu norte para todas as canções do álbum. “Mapa Mundi” é um poema que eu musichei. Convidei o Iuri Rio Branco para pensarmos no som. No início, queria fazer uma bossa nova, mas acabou virando outra música, tem toda uma nova sensação. Traz uma imagética que permeia todo o disco. Tem o Sessa no violão, artista incrível que admiro muito, Pedro Lucas Ferraz também na produção comigo. Esse álbum tem colaborações importantíssimas na pós-produção e mixagem que ajudaram a chegar no resultado final. “Mapa Mundi” abre, realmente, trazendo a mensagem de “Bem Vindos de Volta”.
“Falta”: é uma música que eu amo! Escrevi em 2012 e resgatei do meu e-mail recentemente. Enfrentei dificuldades para finalizar a letra, aí, minha namorada maravilhosa veio com uma ideia nova e consegui, finalmente, completar a música. Imagina, ela estava parada há mais de dez anos. Juliana, meu amor, um beijo! Pra mim, “Falta” é uma união de ritmos, tem um violão marcante, instrumento que trouxe com força para o álbum. É uma das melhores do disco; traz uma vida e lembra a Marcelinha de 25 anos.
“O Mundo Pode Esperar”: um dos singles do álbum e parceria com Rico Dalasam. Sou muito fã do Rico, ele é uma grande referência, desde as primeiras músicas. Lembro quando ouvi “Riquíssima’, só pensava que incrível o trabalho desse rapper! Nesta faixa, permeamos este mundo em que tudo que queremos é estar com o amor da nossa vida.
“Saliva Frisson”: Poema de Maria Isabel Iorio, escritora que admiro muito, também carioca como eu. Estávamos desejando essa colaboração, em forma de áudio, há muito tempo.

“Você Vai Perguntar Quem Eu Sou”: em sequência, a Maria Isabel recita o poema. Recomendo que o público escute essas duas faixas juntas. Sou fã!
“Macia Bahia”: um dos primeiros singles que lançamos também. Flerto com rock eletrônico e trip-hop, esse álbum me fez experimentar muito, sonoramente, muito por causa do Pedro Lucas na produção, é um artista jovem mineiro, que já trabalhou com Marina Sena, Urias e Pabllo Vittar e na mixagem do álbum d’Ajuliacosta, então é sempre bom estarmos misturando as gerações, o álbum traz muito disso.
“Irreversível”: a faixa seguinte segue essa ideia, mais um single da nova era. Estava muito animada para dividir com meu público violões, breakbeats e esta composição maravilhosa do Castello Branco!
“Que Bom Que Você Veio”: faixa instrumental do álbum. Quando finalizamos o disco, marcamos uma sessão de Discord e, trocando ideia, falei: “Vamos fazer uma loucura na última faixa?” Tudo porque um amigo meu, Felipe, fala que é muito bom ter uma faixa instrumental no álbum, guardei essa informação e dedico esta faixa a ele. Ouvindo, cada um cria sua imagem, é muito pessoal como cada pessoa vai receber