Há quem tenha o mapa astral na ponta da língua, e Bruno Gadiol é uma delas. O geminiano acaba de lançar o álbum Gêmeos em Gêmeos (2025). O trabalho, que chegou às plataformas em agosto, bebe do pop com letras apaixonadas. Quem assina a produção é DXMAX, Zain e Tutti Beats.
Talvez o público já reconheça Bruno pelo trabalho como ator. O paulistano atuou na novela Malhação e nas séries De Volta Aos 15 e Sintonia. Já a estreia na música aconteceu em 2023, com o álbum Jovem (2023) — inclusive com versão deluxe, lançada no mesmo ano.
Gêmeos em Gêmeos (2025) é dividido em três atos: Vênus, Marte e Saturno. Para além de integrarem o sistema solar, esses planetas são peça-chave na astrologia. Vênus fala sobre como nos relacionamos, Marte sobre o temperamento e Saturno sobre as limitações.
“O álbum revela muito sobre mim. Sempre me senti um artista muito versátil e, por isso, ele é dividido em três atos. Tanto narrativamente quanto sonoramente, eu consegui mostrar diferentes aspectos da minha personalidade”, comenta o artista.

Em cada interlúdio, a cartomante Paula Mariá explica um pouco mais sobre o que cada planeta significa no mapa astral, preparando o terreno para as canções, que começam com esse lado mais romântico, passam para paixão até chegar em reflexões existenciais.
O material audiovisual do álbum também já chega caprichado, com cinco clipes até o momento. Ninguém melhor do que o próprio artista para explicar o conceito do álbum, com participações de Zaac, Clau e Thiago Pantaleão, e dar detalhes das 15 faixas.
Leia (e ouça) o faixa a faixa abaixo:
“Vênus”: o álbum abre com um interlúdio que é o nome do primeiro ato. No nosso mapa, Vênus geralmente representa o lado mais afetivo, as nossas relações. E esse ato tem muito disso: músicas mais pop e dançantes, mas com letras que falam de relações que, de alguma forma, não deram tão certo.
“Alquimista”: essa é quase uma provocação. Nela, eu basicamente falo que vou ser o melhor namorado do mundo, mas se a pessoa em questão pisar na bola feio, eu consigo esquecer e superar rapidinho. É uma faixa que traz essa mensagem de um jeito mais irônico, bem-humorado.
“Tóxico”: nasceu de uma relação que eu vivi, em que, mesmo a pessoa me fazendo mal, eu tinha esse desejo de voltar. É aquela música que fala sobre quando a gente sabe que aquilo não faz bem, mas, mesmo assim, sente vontade de se jogar de novo.
“Nada Sério”: esse é meu feat com Zaac. Ele fala de um relacionamento onde uma pessoa quer algo sério, mas a outra não. E, ao mesmo tempo, essa pessoa sente ciúme, cobra coisas de um relacionamento, mas não te oferece isso de volta. A sonoridade é um funk mais melódico, que dá uma leveza pro tema.
“auto~sabotagem”: fecha o primeiro ato, falando sobre aquele momento em que você começa a se entregar de verdade pra alguém, mas o medo bate. É quando você começa a rever tudo, com medo de perder a pessoa, e acaba criando barreiras. É uma música que fala dessa auto sabotagem que a gente comete até em relações que têm tudo pra dar certo.
“Marte”: é o interlúdio que abre o segundo ato, que é um lado mais sensual, sexual, e também mais disruptivo. É como se fosse o oposto de Vênus: enquanto o primeiro ato fala de afetos, esse aqui mergulha no desejo e na intensidade.
“Conto de Fodas”: só pelo título já entrega essa pegada mais ousada. Nessa faixa, eu falo de várias experiências que eu vivi, e de um período que passei viajando para Argentina, em que vivi algumas histórias que acabaram inspirando a letra.

“Fogo”: é aquela música que representa o momento em que você tá pronto para viver o que quiser viver. O fogo já acendeu, e você tá doido pra dar uma apagada nele. É uma faixa bem pop, dançante, com uma vibe que lembra um pouco o Justin Bieber na era “Purpose”.
“Não Era Amor, Foi Só o Tesão”: esse é meu feat com a Clau. Essa música fala sobre quando você acha que tá apaixonado, mas, com o tempo, percebe que não era amor de verdade, era só desejo. E, pra mim, ela também representa muito aquele momento em que você não tem a pessoa de verdade, mas tem ela na sua imaginação, e consegue se realizar através desse desejo.
“na minha mente”: essa é uma daquelas músicas que falam sobre nossa capacidade de se satisfazer sozinho usando a imaginação.
“Saturno”: o interlúdio que abre o terceiro ato. “Saturno” traz aquela ideia do famoso retorno de Saturno, quando as coisas começam a se transformar, quando a vida te cobra mais maturidade e os caminhos vão se ajustando. Eu quis que esse ato tivesse uma energia mais pé no chão, introspectiva, trazendo uma visão mais madura sobre as relações e sobre mim mesmo.
“Coisas Triviais”: fala justamente dessa maturidade. É aquela relação em que você percebe que o valor está nas coisas simples: no café da manhã junto, nos momentos cotidianos com quem você ama. Essa música é muito especial pra mim porque ela representa muito a fase que eu tô vivendo hoje.
“(Quase) Amei”: já pelo título entrega um pouco da história: aquele amor que quase aconteceu, aquela relação que quase foi pra frente, mas que acabou não indo. E eu coloquei o “quase” entre parênteses porque, no final da música, eu mudo a narrativa e assumo: sim, eu amei. É uma das minhas músicas favoritas do álbum, porque fala sobre aceitar, desejar o bem da outra pessoa, mesmo que o caminho de vocês não seja mais junto.
“O Mundo Me Engoliu”: essa nasceu de uma conversa com meu produtor, que me contou que a esposa dele tinha passado por um momento muito difícil, e ele usou essa frase: “parece que o mundo engoliu ela”. Aquilo me marcou, e eu quis transformar em música. Eu já vivi momentos em que precisava de um empurrãozinho pra chorar, sabe? E essa música é um pouco isso: um espaço seguro pra desabafar, pra se permitir sentir e colocar a dor pra fora.
“Relações Superficiais”: meu feat com o Thiago Pantaleão. Ela fecha o álbum e representa muito o mundo em que a gente vive hoje, com tantas possibilidades e conexões virtuais, mas também com relações cada vez mais descartáveis. O Thiago soma demais com a voz dele, e juntos a gente conta essa história com muita força.