Clipe de Fresno e NX Zero revive estética de programas dos anos 90 e reforça febre da nostalgia

27/06/2025

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Por: Vitória Prates

Fotos: Divulgação/André Figueirêdo

27/06/2025

Entre 1991 a 2001, o Programa Livre era a voz dos jovens. Com apresentação de Serginho Groisman, a atração foi um grande sucesso no SBT e se tornou referência para jovens de uma geração. Luzes brancas e chapadas trazem uma atmosfera mais crua e espontânea, característica da estética da TV aberta da época.

A plateia é tão “viva” quanto o próprio programa. Nele, a energia caótica e a interação direta entre o público e os convidados é explorada. O Programa Livre foi inovador por colocar a juventude como protagonista, dando espaço para seus questionamentos e seus ídolos.

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Os maiores músicos da época, de nacionais a gringos, se apresentaram por lá, incluindo Alanis Morissette e até uma participação de Billy Corgan, do Smashing Pumpinks — com direito ao vocalista tietando o Ronaldo Fenômeno. Vídeos como esses, eternizados pelo YouTube, ajudam a deixar essas cenas vivas na memória.

Entre o caos, o carisma e o absurdo, foi esse cenário que inspirou o clipe de “Se Eu For, Eu Vou Com Você”, da Fresno com a NX Zero. Com a condução dos diretores Gabriel Rolim e Gabriel Twardowski, eles conseguiram trazer toda essa atmosfera de volta.

A junção entre plateia, famosos em um espaço descontraído, apresentador carismático, debate com especialistas e apresentações musicais formam a receita de sucesso para esses programas de auditório.

Esse é um formato tão presente no imaginário brasileiro que é quase impossível encontrar alguém sem uma referência. O programa Frenesi Total, do clipe das bandas, pode ser fictício, mas seus elementos são universais.

Gravação do clipe “Se Eu For, Eu Vou Com Você”

A chamada do Frenesi Total traz o Plano Real, a Guerra do Golfo, e uma discussão: a internet veio para ficar? Assuntos que, hoje, já não são mais pauta, mas que eram a novidade dos anos 90. Antes da discussão, como anuncia o apresentador Serginho Groisman, vem a atração musical: a banda Fresno cantando “Se Eu For, Eu Vou Com Você”.

Lucas Silveira, Gustavo Mantovani e Thiago Guerra assumem o palco. A plateia se emociona e exibe faixas personalizadas no cabelo e cartazes, como “Caravana Fresno Araraquara – São Paulo Fã Clube” e outros. Depois, a banda chama para o palco NX Zero — com Di Ferrero, Gee Rocha, Daniel Weksler, Caco Grandino e Filipe Ricardo.

As mensagens na tela completam a atmosfera: o telespectador lê “Frenesi Total: seu programa até enjoar”, fazendo referência à letra da música. O programa de auditório está formado. Desde o início, essa era a ideia da Fresno para o clipe, como explica o diretor Gabriel Rolim.

“No set, o clima foi de celebração, exatamente como aparece no clipe. As bandas não se encontravam há algum tempo. A plateia era, na maioria, de fãs. Isso formou um ambiente leve, que acabou virando uma “festa” genuína para gravar o clipe desse feat aguardado há muitos anos”, conta Twardowski.

Ângulos e equipamentos

Mesmo com uma infinidade de possibilidades na pós-produção, o clipe só chegou ao resultado final com os equipamentos de época. Na gravação, foram utilizadas câmeras e iluminação originais dos anos 90, sem nenhum filtro, para preservar a estética.

Para criar a atmosfera retrô, os equipamentos analógicos entram com tudo. Esse é um mundo que inspira ambos os diretores do clipe de “Se Eu For, Eu Vou Com Você”. Para Rolim, a estética analógica veio para ficar. “São mais pessoas interessadas e tem cada vez mais lugar dentro da indústria. A acessibilidade de câmeras antigas faz com que mais pessoas consigam colocar a mão na massa e filmar”, explica ele.

A linguagem visual dos anos 90 era muito marcante. “Câmeras mais soltas, mescladas com planos bem fixos, em tripé, com zoom-in e zoom-out. Isso criava uma dinâmica muito interessante, quase como se a câmera fosse mais um personagem na cena”, fala Twardowski.

“Além disso, os artistas encaravam a câmera com uma atitude muito direta, meio desafiadora, e quisemos trazer esse tipo de presença também”, finaliza ele.

A volta do emocore

No Brasil, o emo viveu sua era de ouro nos anos 2000. Agora, o revival chega com tudo. Do casamento entre o pop com o hardcore nasceu o emo. Ele, que começou como um gênero musical, transcendeu as barreiras da MTV e se tornou um movimento completo.

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A juventude emotiva adotou as franjas compridas, as roupas escuras e camisetas de bandas. Se lá fora os nomes da cena foram My Chemical Romance e Fall Out Boy, aqui no Brasil os grandes expoentes foram Fresno e Nx Zero.

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Antes do lançamento, a Fresno soltou alguns trechos do videoclipe nas redes sociais. Em um deles, uma fã pergunta sobre qual o estilo musical da banda: “É grunge? New Wave?”. A resposta de Lucas vem no tom de brincadeira que é um gênero ainda sem nome, mas, quando inventarem vai ser algo “Emocionante”.

Quando adotam uma estética retrô no clipe de “Se Eu For, Eu Vou Com Você”, a Fresno e o NX Zero não apenas se comunicam com seu público, mas reforçam seu papel como ícones da música brasileira, dos anos 2000 para frente.

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27/06/2025

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Vitória Prates