Com 20 anos de carreira, Mayra Andrade soma quatro álbuns de estúdio e mais dois ao vivo. O último, reEncanto (2024), está em pré-venda na loja do NRC+ em vinil translúcido azul. Saiba mais informações aqui.
Com 18 faixas, o projeto reúne canções de todos os seus discos em nova roupagem: foram despidas de instrumentações para serem vestidas apenas pela voz e o violão de Djodje Almeida.
Na entrevista publicada no zine que acompanha o LP, Mayra aponta que “um dos objetivos do reEncanto era redescobrir o meu próprio canto e o que a minha voz diz hoje que não dizia antes”.
As suas músicas, cantadas em crioulo cabo-verdiano, português, francês ou inglês, abordam temas como deslocamentos, imigração e saudade. Com forte carga política, ela usa a poesia para falar sobre questões políticas e identitárias.
Cada capítulo de sua história traz os ritmos da música tradicional cabo-verdiana no DNA, ainda que incorpore outros estilos, como o afrobeat, R&B e jazz. Listamos todos os álbuns de Mayra Andrade para que você mergulhe de cabeça na obra da artista.

Navega (2006)
A artista estreou com 21 anos, enquanto vivia em Paris. Naquele momento, ganhou destaque na prateleira de world music, com faixas cantadas em crioulo e francês. Com sonoridade baseada nos ritmos da ilha africana, o álbum traz arranjos com violão do músico cabo-verdiano Kim Alves, baixo do camaronês Etienne Mbappé e percussão do brasileiro Zé Luis Nascimento.
Stória, Stória… (2009)
A obra conta com a produção de Alê Siqueira, colaborador de José Miguel Wisnik e Tom Zé. O trabalho apresenta arranjos orquestrais, contando com cello de Jaques Morelenbaum e percussão de Marcos Suzano. As letras tratam de temas como imigração e saudade, e sonoramente propõem uma aproximação entre as histórias das diásporas africanas em Cabo Verde e no Brasil, aproximando ritmos como a coladeira e o samba.
Studio 105 (2010)
O disco ao vivo traz faixas dos dois primeiros álbuns e canções inéditas, como “Kenha Ki Ben Ki Ta Bai”, e uma versão para “La javanaise”, de Serge Gainsbourg. Neste álbum, o funaná, ritmo tradicional de Cabo Verde, é explorado com sonoridade que flerta com o jazz.
Lovely Difficult (2013)
Em um trabalho poliglota, a artista interpreta faixas em inglês, francês, crioulo e português. Produzido por Mike Pelanconi (“Prince Fatty”), o álbum é um aceno da cantora ao mercado anglófono, passeando por referências como jazz, R&B e MPB, mas ainda conservando as raízes cabo-verdianas.
Manga (2019)
Após mudar-se para Lisboa, a cantora lança um disco pop, no qual mistura influências do afrobeat e de gêneros cabo-verdianos, com letras em crioulo e português. Com alguns dos seus maiores hits, como “Afeto”, o álbum aborda temas como a paixão, a saudade e a imigração. Em uma mistura de guitarras, percussões e beats, Mayra se aventura até mesmo no uso de auto tune.
reEncanto (2024)
Gravado ao vivo na Union Chapel, em 2023, durante o London Jazz Festival, o álbum revisita 18 faixas do repertório gravado em todos os seus álbuns anteriores. Na obra, a voz de Mayra é acompanhada pelo violão do músico cabo-verdiano Djodje Almeida, em uma louvação à cultura de seu país natal, com ritmos como coladeira, batuko e funaná.