Com mais de quinze anos de carreira, Catto é uma veterana que transita naturalmente entre o indie e a música popular. Quando, ainda em Porto Alegre, estreou sua discografia, com SAGA (2009), um disco dramático, fortemente inspirado no tango, já estava presente em suas canções uma das tônicas de sua obra: a paixão. Em CAMINHOS SELVAGENS (2025), a artista mergulha no próprio passado e retoma os acontecimentos vividos na capital gaúcha.
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“CAMINHOS SELVAGENS é o SAGA parte 2. Não é uma ruptura, é uma volta. Tudo que está nesse disco já foi dito no primeiro. É uma trajetória de retorno à Porto Alegre de 2007. Ele tem um pouco esse senso de como se estivesse fazendo justiça pelo meu passado. Pois, naquela época, já poderia ter transicionado… E acho que só agora que consegui recuperar essa pessoa que sou”, declarou a cantora. 
Com influências como PJ Harvey, Fiona Apple, Maria Bethânia, Angela Ro Ro e Marisa Monte, ao longo dos seis trabalhos de estúdio de sua discografia – a artista também lançou dois discos ao vivo – Catto constrói uma identidade única no cenário da música brasileira contemporânea. Misturando as guitarras distorcidas do rock com letras sensíveis e interpretação cheia de intensidade, a artista criou um repertório com hits que viraram até trilha sonora de novela.
Listamos os álbuns de Catto para você mergulhar de cabeça na obra da cantora e compositora gaúcha. Confira abaixo:

SAGA (2009)
Lançado de forma independente, o disco de estreia tem forte influência do tango e do samba-canção, com arranjos de bandoneon, contrabaixo acústico, piano e cavaco. As letras já revelam a veia passional da artista. Produzido por Sergio Guidoux, o álbum apresenta hits como “Saga” e “Roupa do Corpo”, regravados em Fôlego (2011), e marca o início de uma carreira que mistura intensidade emocional e sofisticação sonora.
Fôlego (2011)
Primeiro álbum de rock’n’roll de Catto, ajudou a projetar a artista nacionalmente. Produzido por Dadi e Paul Ralphes, o álbum traz influências do blues e do tango. Além de composições próprias, inclui faixas de Reginaldo Rossi, Nei Lisboa e Arnaldo Antunes. O álbum traz regravações do trabalho anterior, incluindo a faixa “Saga”, que foi trilha sonora da novela Cordel Encantado (2011).
Tomada (2015)
Produzido por Alexandre Kassin, com direção artística da própria Catto, o álbum tem quatro composições da artista, incluindo uma parceria com Paulinho Moska em “Depois de Amanhã”. O repertório conta ainda com músicas de Marina Lima (“Partiu”), Caetano Veloso (“Amor Mais Que Discreto”), Thalma de Freitas (“Auriflama”), Zé Manoel (“Canção e Silêncio”) e Tiganá Santana (“Íris e Arco”). Uma obra madura, que equilibra curadoria e identidade.
CATTO (2017)
Em uma virada sonora, o álbum homônimo incorpora sintetizadores e programações, apostando numa estética mais eletrônica sem perder a essência rock’n’roll. Produzido por Felipe Puperi (Tagua Tagua), traz um feat com Zélia Duncan em “Só Por Ti”. O trabalho conta com três composições de Rômulo Fróes e traz uma versão para o clássico português “Canção de Engate”. Marca um momento de afirmação artística, a abertura a novas texturas musicais e resultou na turnê O Nascimento de Vênus.
Belezas São Coisas Acesas Por Dentro (2023)
Neste disco, Catto assume o papel de intérprete e homenageia Gal Costa. Canta clássicos como “Chuva de Prata” (Ronaldo Bastos e Ed Wilson), “Esotérico” (Gilberto Gil) e “Lágrimas Negras” (Jorge Mautner e Nelson Jacobina). A produção é da própria artista com Fabio Pinczowski, com quem já havia dividido a composição de uma das faixas de CATTO e aprofundou a parceria em CAMINHOS SELVAGENS. Uma releitura afetiva e sofisticada de repertórios icônicos, foi o primeiro lançamento de Catto após a transição de gênero.
CAMINHOS SELVAGENS (2025)
Após oito anos sem lançar canções inéditas, Catto retorna com um álbum íntimo, com faixas compostas durante o seu processo de transição. Produzido por ela ao lado de Fabio Pinczowski e Jojo Inácio, o disco traz oito faixas autorais – incluindo a faixa-título, feita em parceria com César Lacerda. O trabalho, com sonoridade baseada em guitarras e pianos, ainda conta com arranjos de cordas escritos por Felipe Puperi e bateria de Michelle Abu. Um retrato potente da artista em sua nova fase.