As músicas que ficaram de fora do disco de 2012 do Vivendo do Ócio, “O Pensamento É um Imã”, foram parar no EP que a banda lançou agora no início de outubro, “Som, Luzes e Terror”. Como no último álbum, as músicas tem a produção da dupla Rafael Ramos e Chuck Hipolitho, do Vespas Mandarinas.
O Vivendo do Ócio está organizando o festival BRock, que acontece no dia 26 de outubro, no Inferno Club, em São Paulo. No line-up, bandas independentes da nova geração do rock brasileiro: O Terno, The Baggios, Selvagens à Procura da Lei e, é claro, Vivendo do Ócio. Clique aqui para mais informações e compra de ingressos para o festival.
Com a presença mais forte das guitarras e melodias mais sombrias, o EP está disponível somente no formato digital no iTunes. O primeiro EP do Vivendo do Ócio é uma compilação das músicas mais darks que a banda fez durante as gravações de “O Pensamento É um Imã”, como nos contou Dieguito Reis, o baterista do grupo.
É verdade que o EP “Som, Luzes e Terror” é um aquecimento para o próximo disco do Vivendo do Ócio?
Quando a gente gravou o disco “O Pensamento É um Imã”, a gente meio que tinha umas 27 músicas, 26, e muitas delas a gente não gravou. A gente acabou gravando 16, eu acho. 11 foram pro disco e as outras ficaram guardadas, porque a gente sempre teve a ideia de fazer um EP. E esse EP ele tem muito a cara do primeiro disco, tanto que tem a viagem do “O Pensamento É um Imã” também. É um esquenta, sim, pro terceiro disco, porque todo mundo tá em clima de composição já faz alguns meses. A galera tem feito bastante música e tal. Como a gente mora junto, estamos no clima da composição, porque a gente ainda não tinha pensado “vamos começar a fazer música”. Aí quando pensamos na ideia de lançar esse EP bateu o estalo da gente começar a compor música, juntar o que todo mundo tem pra já pensar no terceiro disco. Por enquanto não tem data de lançamento, nem data que a gente vai entrar em estúdio, porém a gente já tá compondo.
Vocês moram todos juntos?
A gente mora todo mundo junto, só o Luca que mora com a namorada, mas tá aqui em casa o dia inteiro, porque aqui é o QG da banda. A namorada dele também mora no mesmo bairro, ela ajuda a gente na assessoria de imprensa… aí acaba de vira uma família do ócio (risos). A gente também é muito ligado à administração da banda, de vender shows, da parte artística da banda, inclusive quem fez a capa do EP foi o Luca Bori. Tem o nosso estúdio também que várias bandas ensaiam aqui com a gente: o Fresno já ensaiou aqui, o Vespas Mandarinas, o Selvagens à Procura de Lei,… aqui é o ponto de criação da Pompéia (risos).
O título “Som, Luzes e Terror” tem a ver com o som da banda que está mais sombrio nesse EP?
Tem a ver com o som da banda. Como eu falei do lance do “O Pensamento É um Imã”, que foi na época que a gente criou essas músicas [do EP], a gente teve algumas músicas que foi meio pro lado do terror, de letra e de som também. Dava até pra ser uma trilha sonora de um filme de terror, facilmente. Quando a gente juntou essas músicas em 2012, antes mesmo de pensar no dia do lançamento do EP, a gente sempre pensou em lançar esse EP com alguma coisa ligada ao dark. A gente pensou até em fazer a capa, que foi a primeira ideia de capa, nós meio que zumbis na capa, um negócio de terror mesmo. Mas depois que a gente ouviu as músicas tivemos outras ideias e acabamos escolhendo aquela capa que tem várias ligações, várias coisas também de dark e de terror.
Nos conta um pouco sobre as cinco faixas do EP.
Tem uma música que a gente até lançou como música bônus no “O Pensamento É um Imã” que vai entrar no EP que se chama “Psicose”, que fala sobre o amor psicopata de um cara por uma mulher que é capaz de fazer várias loucuras e o som dela também é meio que pesado nas guitarras, meio terror, dark. “Som, Luz e Terror” é uma música que fala de um cara que tava muito doido e viajou nessa onda do som, luz e terror. Meio que uma bad trip que aconteceu com ele, sacou? Aí tem “Seu Lar, Sua Prisão”, que é uma música mais pesada. A letra dela é bem atual, cada um vai entender de uma forma diferente. A “Ócio Não É Negócio” é também um pouco nessa viagem um pouco dark e a letra é bastante política. A quarta música, “Não Se Perca”, foi feita em parceria com o Fabio Cascadura de uma banda bem conhecida lá da Bahia chamada Cascadura.
Como foi a parceria na produção musical desse EP e do último disco da dupla Rafael Ramos e Chuck Hipolitho?
A gente sempre foi amigo de Chuck, sempre teve vontade de trabalhar com ele e nós trabalhamos com o Rafael já desde o primeiro disco. Quando tivemos a ideia de juntar os dois a gente não sabia o que ia acontecer, se ia ser possível ou não, mas foi uma coisa muito fácil de trabalhar. Tem muita gente que não gosta de trabalhar em dupla de produção de musical, mas acrescentou muito. O Vivendo do Ócio era cinco dentro do estúdio com o Rafael e acabou virando seis. A gente acabou sentindo essa influência em todas as composições, músicas que a gente fez juntos mesmo. É muito bom ter uma cabeça pra pensar a mais com você desde o inicio da composição. Antes da gente ir pro estúdio pra gravar, ensaiando as músicas a gente já tava com o Chuck. Foi muito massa pra gente. Chuck é bem rockeiro, assim que nem o Rafael, e a gente conseguiu juntar os dois e saiu uma coisa que a gente gostou, espero que a galera goste também (risos).