Rafael Galhardo é figurinha carimbada nas produções de grandes artistas, incluindo Elza Soares, Cidade Negra e Ponto de Equilíbrio. Com mais de 20 anos de estrada, é cantor, músico, compositor e produtor nos Estúdios Vila Musica.
Agora, o carioca adotou a primeira pessoa do singular para seu primeiro trabalho solo: Eu é o nome de sua persona artística (que atende como Eu Galhardo) e também do álbum de estreia dessa nova empreitada. Produzido pelo próprio em parceria com Daniel Martins e master e mixagem assinados por Tércio Marques, o álbum passeia pelo pop, rock, reggae e MPB, em demos que nasceram em clima intimista, só com voz e violão.
As letras abordam reflexões sobre as mudanças da vida, memórias de outros amores e filosofias pessoais, entre outros temas. Por exemplo, um dos clipes já divulgados, de “Olhe Só”, aborda a relação de amor de um homem com sua TV de tubo — como um Her de volta para o passado.

Sobre o álbum, Galhardo declarou: “É uma realização a muitas mãos e muitos corações. Um novo momento, um novo passo rumo ao desconhecido”. Embarque nessa viagem lendo — e ouvindo — Eu faixa a faixa.
“Olhe Só” : Foi o primeiro single e a primeira música como artista solo. Ela nasceu há mais ou menos vinte anos e foi inspirada no vai e vem de uma relação e o quanto ela significa para quem fica com aquele sentimento guardado e identifica a importância do outro. O quanto o universo conspira em suas voltas calculadas (ou não) em torno das coincidências. O clipe dessa música é bem maneiro, eu fiz o roteiro e chamei o meu parceiro, Renan Yudi, para dirigir. O vídeo conta a história de um indivíduo que tem uma vida pseudo padrão onde possui uma relação de amor por uma TV de tubo 14″.
“La e Cá”: É um relato sobre a vida que se quer levar, no passo certo, na medida possível, sem pressa. A forma necessária para se adequar ao que é possível para si mesmo. “Eu quero levar uma vida assim, meio devagar, meio sem ter fim… / …Parar para entender as coisas, achar o valor do tempo, que corre e vai, encontrar um lugar dentro de mim”
“Seja Luz” : Inspirada na filosofia de vida que resolvi adotar já há alguns anos. Enxergar o outro como parte de si, fazer o bem. Enxergar o que por muitas vezes sabotamos em nós mesmos. Esquecer o que faz mal, que te cega os olhos e olhar pra frente. Essa também saiu como single e foi feita em um momento que era difícil pensar em coisas boas, por isso, virou a minha filosofia também.
“Ioio”: Um xote espacial sem gênero. Feito para a pessoa que deseja, metaforicamente, dançar a mesma música que você. Inclusive, para quem não sabe, a palavra “Ioio” significa um nome dado a outro indivíduo, cercado de afeto, um apelido carinhoso.
“Estar”: A faixa mais recente. Foi feita quando o álbum já vinha sendo gravado. Sobre a importância que damos ao que os outros falam e o quanto isso pode ser dispensado. Um grito de “olha, estou aqui e não aguento mais ouvir você dizer que não dá”
“Certo Talvez”: Significa a disputa entre a razão e a emoção, a luta diária dessa decisão. O que se sente ou o que se deveria fazer. O clipe dessa ganhou uma animação que acompanha um casal que não está se dando tão bem, entre as desavenças, a maçã, fruto que escolhi para representar a razão, está em todos ambientes aparece cada vez mais mordida até não restar nada.
“Meus Botões”: Escrevi essa quando namorava uma pessoa que morava em outro estado, o que causava uma saudade absoluta. A vontade de dividir acontecimentos e o quanto era bom rir junto. Um retrato em homenagem à vontade de dividir o tempo.
“O que existe em você”: Foi composta numa manhã de outono onde eu morava. Enquanto estava sentado no computador, tocando de frente pra janela, entrando aquele solzinho, refleti sobre isso. O que existe de bom na gente?
“Seu lugar”: O lugar que ocupa um amor que trafega entre o ficar ou partir, sobre a cura do coração.
“O Tempo”: Mais uma sobre como nos vemos em situações limite de entender ou não o que acontece entre nós e o outro, o tempo que se perde, o vento que se desperdiça, a paisagem que passa batida.
“Inconstante”: Essa é mais densa, escrita num período mais nebuloso da minha vida quando precisava achar caminhos e parecia perdido dentro das minhas questões e dúvidas.