#ExclusivoNOIZE | Todos os Caetanos do Mundo lança faixa em parceria com Arnaldo Antunes

18/05/2015

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Por: Paula Moizes

Fotos: Guto Muniz e Luiz Rocha

18/05/2015

O quarteto presente na cena de Belo Horizonte desde 2009 lança hoje, com exclusividade pela NOIZE, “Pega a Melodia e Engole”, música que dá título ao seu primeiro registro de estúdio e tem a participação de ninguém menos que Arnaldo Antunes. Mas quem conduz a poesia confessional da faixa são os vocais expressivos de Julia Branco ao lado de Luiz Rocha (guitarra), Thiago Braga (baixo) e Adriano Goyatá (bateria e percussão).

Produzido por Chico Neves (Jorge Mautner, Los Hermanos e o próprio Arnaldo Antunes), o disco Pega a Melodia e Engole fala diretamente com o íntimo de quem o ouve. A gravação e finalização contaram com o apoio de um projeto de financiamento coletivo e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. A mixagem e masterização do álbum são de Ben Findlay, engenheiro de som de Paul McCartney e Robert Plant.

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Pega a Melodia e Engole estará disponível para download gratuito no site oficial da banda a partir de 2 de junho. E o show de lançamento do álbum rola no dia 25 de junho, às 21h, no Teatro Bradesco de Belo Horizonte (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). As entradas estão à venda no ingresso.com por R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia).

Dá o play para ouvir em primeira mão a faixa-título de Pega a Melodia e Engole e logo abaixo veja nossa entrevista com a vocalista Julia Branco sobre a canção, a parceria com Arnaldo Antunes e o disco de estreia:

“Pega a Melodia e Engole” é como se fosse uma confissão de alguém sem muitas esperanças. Como foi a composição da faixa?

Eu e o Luiz Rocha tínhamos um blogue na internet chamado Cinemamor. Nesse blogue, a gente escrevia, de forma muito livre, pequenos textos que tinham a temática do amor. Cada um escrevia seu próprio texto a hora em que quisesse e um dia eu escrevi o texto de “Pega a melodia e engole”. Passaram alguns dias e o Luiz me ligou e disse: “Como assim você faz uma letra e não me conta?” e me mostrou a música, que já estava pronta. “Pega a melodia e engole” não tinha intenção de ser letra quando surgiu, era realmente uma espécie de confissão pessoal no nosso blogue. Fico feliz de que ela tenha ganhado corpo e se transformado em música e no nome do álbum.

Ela fica ainda mais potente quando entra a voz do Arnaldo Antunes. Pra vocês, o que ele acrescentou à música? Vocês chegaram a entrar em estúdio com o Arnaldo?

O Arnaldo é uma inspiração pra gente desde sempre. Além de já termos tido algumas canções dele no repertório dos nossos shows, ele é uma referência de alguém que consegue aliar um discurso muito direto nas canções a uma força poética impressionante. Antes mesmo de começarmos a gravar, pensávamos que “Pega a melodia e engole” tinha a ver com o Arnaldo e assim que entramos em estúdio, convidamos ele pra participar da faixa e ele topou. Foi maravilhoso, conseguimos casar uma vinda dele para se apresentar no Natura Musical em Belo Horizonte com uma tarde de gravação no estúdio do Chico Neves. Ele e o Chico [produtor do Todos os Caetanos] são amigos (os dois trabalharam juntos no disco Saiba [2004]) e toda a tarde de gravação teve um clima muito gostoso, de muito carinho e generosidade. Passamos um bom tempo no quintal do Chico conversando e tomando café antes de entrarmos pra gravar, foi tudo num clima bastante descontraído. A gente estava numa alegria sem tamanho, quase sem acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. O Arnaldo gravou poucos takes e logo a música já estava com outra cara, realmente ele trouxe muita potência pra todo o trabalho, de uma forma geral. Foi um encontro muito especial.

Será o primeiro disco desde que a banda foi formada em 2009. As composições foram sendo construídas durante esse tempo ou são mais recentes?

Algumas composições, como “Então pense”, “Là-bas” e “Pega a melodia e engole”, fazem parte do repertório da banda desde o início. São essas três inclusive que integram um EP que lançamos em 2012, em Belo Horizonte. Outras composições foram construídas durante o tempo de banda. “Tempo pra dizer” e “Pra nunca mais”, por exemplo, são mais recentes, foram feitas um pouco antes de entrarmos em estúdio, no segundo semestre de 2013. As canções de uma forma geral retratam um pouco das coisas que vivemos, tanto como banda, como pessoas.

De que forma o disco está atento ao momento em que vivemos?

Todas as músicas do disco falam, de alguma forma, sobre uma espécie de desencontro entre duas pessoas: ou são momentos diferentes, ou é uma pessoa que parte e outra que fica, ou uma que está num lugar e outra em outro. De certa forma, a nossa geração é muito influenciada pela internet e ela vem mudando radicalmente a maneira que nos relacionamos uns com os outros. Tudo é muito rápido e instantâneo, mas existe uma dificuldade das pessoas se encontrarem e de viverem o momento presente. A música “Então pense” diz: “A gente tem que perder tempo sim, a gente tem que se envolver”. E acho que o disco de certa forma tá dizendo isso o tempo todo. Perde-se muito tempo sem mergulhar profundamente nas coisas. No entanto, “Pega a Melodia e Engole” não é um disco nostálgico. Muitas das músicas foram compostas utilizando plataformas virtuais, desde blogues, Facebook e Skype. A gente está atento a isso também (risos). Acho que o disco olha pro momento presente e quer enxergar o que virá, como se disséssemos: “Percebemos como as coisas estão, mas vamos adiante. Pega a melodia e engole.”

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18/05/2015

InfinitA
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Paula Moizes