Esta é a última semana para conferir a exposição Pop Brasil: vanguarda e nova figuração, 1960-70, na Pinacoteca de São Paulo. Com mais de 250 obras de 100 artistas — muitas pela primeira vez no Brasil —a mostra fica em exibição até domingo (5/10).
Com curadoria assinada por Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, Pop Brasil passeia por um momento histórico importante que ressoa nos dias de hoje, com o início da arte contemporânea. A exposição é aberta com o Happening das Bandeiras.
Realizado em 1968 na Praça General Osório, no Rio de Janeiro, Nelson Leirner, Flávio Motta, Hélio Oiticica, Carmela Gross e Ana Maria Maiolino expuseram bandeiras serigrafadas, promovendo uma ocupação coletiva do espaço público, discutindo a democratização das artes visuais.
Em seguida, a música popular brasileira ocupa o primeiro plano. Nessa sequência, é possível conferir a obra Adoração (1966), o altar para Roberto Carlos, de Nelson Leirner; fotografias de Chico Buarque — por Claudia Andujar — de Caetano Veloso — por Flávio Império —, Ney Matogrosso na época de Bandido (1976) — título #101 do NRC — e Bob Dylan (1969) por Claudio Tozzi.
Anos 60-70: período de repressão social e produção cultural
Com Ditadura Militar e Guerra Fria, os anos 60 e 70 foram um período intenso de repressão, mas, ao mesmo tempo, de muita produção cultural. O conceito de indústria cultural — produção em massa de bens culturais na lógica capitalista — ganhava força.
Por aqui, uma série de tendências globais começava a dar as caras, como o Pop Art, movimento encabeçado por Andy Warhol. Os artistas eram perseguidos e, mesmo assim, muitos continuavam batendo de frente com a censura imposta pelos militares.
Por lá, é possível conferir caricaturas de generais, desenhos de presos políticos e muito mais. “Diante da reunião dessas obras, podemos entender a força coletiva dos artistas de uma geração que trabalhou para denunciar, protestar e sonhar com uma nova sociedade”, explicam os curadores.
Exposição Pop Brasil: vanguarda e nova figuração, 1960-70
Datas: 31/5 a 5/10/2025
Horário: De quarta a segunda, das 10h às 18h
Endereço: Pina Contemporânea | Grande Galeria – Av. Tiradentes, 273
Ingressos: gratuitos aos sábados – R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada) demais dias.