Qual é o segredo para manter a vitalidade de um festival? O Mada, por exemplo, acontece há 27 anos em Natal e chega às três décadas com fôlego de sobra. Entre 17 e 18 de outubro, 40 mil pessoas circularam pela Arena das Dunas para prestigiar a programação com mais de 30 atrações divididas em três palcos. Detalhe: cerca de 60% da plateia veio de outras regiões do Nordeste.
“Queremos apoiar artistas independentes e ampliar a programação que antecede o festival para impactar ainda mais no turismo”, afirma o idealizador Jomardo Jomas sobre os próximos planos do Mada. Como patrimônio imaterial do Rio Grande do Norte, o evento destaca nomes locais, convida artistas de estados vizinhos e também grandes nomes da música nacional.
A nova geração da música potiguar foi representada pela cantora Dani Cruz, a banda Sourebel – que convidou a compositora Gracinha para a apresentação –, a drag queen Potyguara Bardo e o quarteto clubber Taj Ma House. Já os intercâmbios nordestinos trouxeram shows das baianas Jadsa, Melly e Rachel Reis, que apresentaram seus discos mais recentes.
O cearense Don L estreou o novo formato de show, baseado no disco Caro Vapor II (2025) para o público madrugada adentro. Os headliners desta edição movimentaram multidões: Marina Sena levou a turnê Coisas Naturais (2025) ao palco do Mada, João Gomes, Jotapê e Mestrinho apresentaram o projeto Dominguinho, e o Baianasystem trouxe o clima de carnaval fora de época. Mano Brown levou os bailes blacks paulistanos no encerramento de sábado.
Já Liniker, que está viajando pelo país com Caju (2024), era uma das artistas mais aguardadas do fim de semana. “A ordem do disco mudou na turnê, os arranjos mudaram, a minha forma de interpretar as letras que eu escrevi também mudou porque acho que a maturidade dá outro sentido. Então quem viu o primeiro show e chega no último percebe as mudanças no show”, disse a artista antes da apresentação.
A cantora paulista integra o circuito de festivais desde 2015, e fala com orgulho sobre sua trajetória: de ser a artista que abre a programação até ser o nome mais aguardado pela plateia. “A melhor parte de fazer parte dos festivais são os encontros, são as coisas lindas que a gente encontra, não só enquanto artista que está ali em cima, mas também a possibilidade de a gente ser público das bandas que a gente ama.”