Estratosférica (2015), de Gal Costa, está em pré-venda no NRC+. A edição de colecionador chega em comemoração aos 80 anos da cantora, adquira aqui. O disco marcou os 50 anos de carreira da artista, que se manteve moderna e singular ao longo de toda a sua trajetória.
Tropicalista, bossanovista, roqueira e fatal, Gal Costa nunca deixou o posto de uma das maiores cantoras da música brasileira. Isso porque abraçou as mudanças do tempo, os novos sons e os artistas que a cercavam. Em seus últimos trabalhos, ficou nítida a vontade da cantora de experimentar.
Com o mesmo vigor, do samba ao funk, provando sua multiplicidade como intérprete. Para entender melhor a fase final de Gal, preparamos uma Discoteca Básica sobre os trabalhos finais da longa discografia da cantora. Confira abaixo:
Recanto (2011)
Para Caetano Veloso, Recanto (2011) é o álbum que mais permite conhecer quem foi Gal Costa. Nesse disco, Caetano emprestou suas composições para a cantora interpretar como bem quisesse – e juntos, os dois brincaram com o que vinha do novo milênio, com a ajuda de Moreno Veloso na produção.
Nesse disco, Gal, sempre tão orgânica, experimentou com o eletrônico e fez um “Autotune Autoerótico”. Em “Miami Maculelê”, a voz imponente da MPB visitou o funk carioca. De certa forma, Recanto (2011) foi mesmo o canto reinventado da artista: quando ela escolheu ir atrás do novo e conquistar quem ainda não havia se curvado a Gal Costa.
Estratosférica (2015)
Estratosférica (2015) marcou os 50 anos de carreira da artista, que ainda cultivava um olhar curioso pela nova e antiga música brasileira. Com canções como “Quando Você Olha pra Ela” e “Sem Medo Nem Esperança”, o disco vai do rock ao samba, flerta com a música eletrônica e marca o desejo por experimentação e versatilidade de Gal.
No álbum, o timbre inconfundível da cantora envelopa músicas de grandes compositores, dos “novinhos” aos veteranos. Estratosférica inclui composições do poeta Antonio Cicero, além de Caetano Veloso, Mallu Magalhães, Marcelo Camelo, Marisa Monte, Milton Nascimento, João Donato, Céu, Tom Zé e mais.
Com produção de Alexandre Kassin e Moreno Veloso, o álbum se desdobra em arranjos da MPB, naipes de sopro, violões, guitarras cheias de efeito e sintetizadores. É o disco preferido de Gabriel, filho de Gal, e marca a primeira vez que a artista começava uma parceria artística com Marcus Preto – esta, por sua vez, durou até o fim da vida da cantora.
A Pele do Futuro (2018)
Apropriadamente intitulado A Pele do Futuro (2018), o disco que “fecha” a trilogia traz uma cantora que não olha para trás. Nele, Gal repetiu a parceria com Pupillo na produção e Marcus Preto na direção artística. “Voltando no tempo e indo para frente”, disse a cantora em show do disco.
O álbum inclui “Palavras no Corpo”, composição de Silva em homenagem a Amy Winehouse, “Livre de Amor”, de Adriana Calcanhotto, “Dentro da Lei”, de Djavan. Retoma também parcerias clássicas da cantora, com Bethânia e Gil.
E há uma preciosidade: uma colaboração com ninguém menos que Marília Mendonça, intitulada “Cuidando de Longe”. Um registro raro, com um encontro de duas das maiores cantoras do Brasil, especialistas em entoar o amor.
Nenhuma Dor (2021)
Último disco da cantora, Nenhuma Dor (2021) foi uma revisita de Gal ao seu próprio repertório. A ideia original da artista, em parceria com Marcus Preto, era de reunir duetos da cantora com alguns homens de gerações mais novas.
Com a pandemia, ela decidiu expandir o projeto em um álbum comemorativo de seus 75 anos. Para tanto, Gal escolheu um belo elenco de cantores para dividir as canções: Silva, Criolo, Tim Bernardes, Rodrigo Amarante, Zé Ibarra, Jorge Drexler, Antônio Zambujo, Rubel, Seu Jorge e Zeca Veloso dão voz.
Eles acompanham a Gracinha no clássicos “Baby”, “Coração Vagabundo”, “Juventude Transviada” e mais. O resultado é uma celebração robusta da cantora a si mesma – e marca que ela sabia o tamanho de sua influência.