Gomes abre o coração em “Puro Transe”, som noturno com sotaque pernambucano

14/05/2025

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Por: Revista NOIZE

Fotos: Divulgação/Gabriel Mesgo

14/05/2025

Miami bass, UK garage, funk, rock e pop indie se arranjam perfeitamente em Puro Transe (2025), álbum de estreia do cantor e compositor, Gomes. O disco já está disponíveis em todas as plataformas digitais.

Gravado entre 2022 e 2024, Puro Transe (2025) conta com produção de Olivier, BJ3 e Guilherme Assis. Os diferentes olhares trouxeram múltiplas camadas para o disco. As letras passeiam por relacionamentos, a transformação da paixão e afeto em diversas formas, além de colocar a cidade de Recife como protagonista.

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O disco foi feito a partir de financiamento coletivo, que arrecadou cerca de 40% do valor da produção e conta com colaborações da rapper pernambucano 6astos, as Ceguinhas de Campina Grande, trio de cantoras paraibanas formado por Maroca, Indaiá e Poroca e, por fim, Sônia Romualda, uma das damas do teatro pernambucano.

Gomes comentou suas principais inspirações no faixa a faixa que você lê abaixo:

Todas as pessoas”: Fala sobre se apaixonar por alguém que faz mal, mas ainda assim é muito importante na nossa vida. É sobre ficar imaginando os possíveis cenários que existiriam se aquela pessoa não tivesse entrado na sua vida. Eu pensei no início deste disco como uma ressaca. De você encontrar essa tal pessoa numa festa, à noite, 3 da manhã, e esse filme todo passar na sua cabeça, de uma forma meio turva.

Até gosto assim“: Escrevi a partir de uma situação que rolou com um amigo meu. Ele estava apaixonado por uma menina que não queria nada, mas usava brincava com ele. Meu amigo se incomodava muito no início, mas depois começou a aceitar esse lugar, pelo medo de perdê-la. Aí eu escrevi essa música. A música no fim fala sobre isso. Sobre entender que algumas pessoas parecem um acontecimento na nossa, mas depois elas somem. O melhor a fazer é aceitar, traz conformismo.

Mata, filho!”: A música é uma declaração para a pessoa que você está apaixonado. Você falar pra ela “o seu jeito mata, filho…”é uma forma de assumir o poder que aquela pessoa tem sobre você, o que é um perigo. Esse “homem com h” eu coloquei ironicamente porque eu sou muito meloso e bem resolvido com minha sensibilidade e vulnerabilidade nas relações. Fora a referência, claro, a Ney Matogrosso.

Aqui do lado”: Tesão puro, uma grande referência para essa faixa foi C. Tangana – essa coisa de falar sussurrado no microfone. Mas acho que tem uma coisa também de relembrar o motivo de você ter ido embora daquela relação. Essa faixa tem um miami bass, um funk bem anos 2000, meio Claudinho e Buchecha que eu amo.

Ai ai, meu Deus” ft Ceguinhas de Campina Grande: Pra mim, essa é a faixa mais interessante do disco e também uma das mais difíceis de compor. Um dia BJ3 chega com o sample das Ceguinhas de Campina Grande, em uma música que fala sobre a dor de não ter um amor. Adicionei uma outra camada, sobre o esforço e o caminho sem volta que é amar alguém.

Fiz de tudo”: O disco foi feito a partir de financiamento coletivo, e, durante todo o projeto, a demo de ¨Fiz de Tudo¨ estava presente. É uma música que guiou o caminho do álbum, eu acho ela bem anos 2000. É uma faixa bem leve, engraçadinha e divertida. Fala da impulsividade do tesão e do calor do momento. O tesão que fala.

Pensar em tu”: Nessa faixa, são 3 músicos envolvidos: Leandro Bessa, da Aquino, na bateria; Caio Leão, na guitarra e Kássio Luna, da Ânima, no baixo. ‘Pensar em tu’ é sobre o ressurgimento de uma paixão. De algo que pode ser ressignificado, não sei, mas eu sinto que existe uma grande crença no amor nessa música. Tem uma leveza boa.

“Me enganar” ft. 6astos: Essa música é bem especial porque tem um feat incrível, 6astos, e é um UK Garage com sotaque pernambucano. O beat pode ser muito eletrônico, mas toda uma cultura tá ali, impressa, pelo sotaque.

“Medo”: Eu também sou ator, então foi uma felicidade enorme chamar uma atriz que eu admiro tanto para recitar um texto nessa faixa. Sônia Romualda é uma dama do teatro pernambucano. Gravamos o texto dela no teatro, fora do estúdio. Sinto que isso deixou a interpretação mais potente, também. Acho que essa faixa fala sobre o acordar do transe que é se apaixonar por alguém, por uma iminência de perda. E é sempre difícil preencher o vazio que alguém deixa. Ocupar essa solidão, esse oco.

“De novo”: Desde que a faixa ficou pronta, eu vi uma cara de encerramento gigante nela. Quem gravou a bateria foi Ian Medeiros, músico do Rio Grande do Norte. É despedida mesmo, apesar da letra, que fala sobre fazer planos pra quando a pessoa voltar Na hora da produção foram surgindo umas coisas muito interessantes, tipo um sintetizador analógico que Gui Assis colocou e deu uma textura que eu amo no final da música. E tem a orquestra que deixa tudo bem dramático, bem teatral.

14/05/2025

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