No último sábado, 31 de maio, o Popload Festival ocupou o Parque Ibirapuera, em São Paulo. Em hiato desde 2022, o evento retornou a todo vapor: a programação da nona edição contou com shows de artistas internacionais como Norah Jones, St. Vincent, Kim Gordon e Laufey. Além de escalar artistas brasileiros como Tássia Reis, Exclusive Os Cabides e Terno Rei, que contou com a participação de Samuel Rosa.
Em paralelo ao palco principal, o festival estreou o palco Poploading by Heineken com sete apresentações de artistas em ascensão. A iniciativa busca celebrar a força criativa e inovadora da cena independente. Ambos os palcos possuem curadoria do jornalista Lúcio Ribeiro.
O projeto tem como objetivo ampliar vozes emergentes com potencial de se tornarem grandes nomes no futuro. “A ideia era abrir um espaço – ainda que em shows mais curtos – para artistas que já têm algo forte a dizer e que, em breve, podem ocupar o palco principal”, explica Lúcio. “A gente foi bem na mistura de ritmos e estilos. Todos os nomes, com exceção da Moor Mother, são artistas nacionais, compondo uma aquarela que vai do indie ao erudito, do hip hop ao experimental com cara de MPB.”
Para a Heineken, cerveja oficial do festival, o objetivo foi claro: criar uma experiência imersiva e fora do comum. “Queremos ampliar cada vez mais a plataforma de incentivo à cena alternativa da Heineken. E, para isso, nada melhor do que ativar um espaço da marca em um evento tão emblemático, que reúne uma diversidade de sons, olhares e narrativas que inspiram as próximas gerações e talentos da música”, afirmou Guilherme Bailão, diretor de Experiências e Patrocínios do Grupo Heineken no Brasil.
Conheça os artistas do Poploading by Heineken:
Stefanie
Stefanie
Com duas décadas de carreira e raízes no coletivo Rimas & Melodias, a rapper paulistana abriu os trabalhos do dia com as faixas de Bunmi, seu primeiro álbum solo, lançado em abril. O trabalho conta com colaborações de peso como Luedji Luna, Mahmundi e Jonathan Ferr. “Existem muitos artistas que não estão nas grandes mídias, até mesmo por conta do algoritmo das redes sociais, então eles não chegam até nós. Acho importante nos darmos a oportunidade de conhecê-los, porque artistas incríveis não são números”, afirmou a rapper.
Supervão
O quarteto gaúcho trouxe sua sonoridade roqueira, repleta de riffs de guitarras e synths. O show no Poploading ainda contou com a participação de Papisa em “Querendo um Tempo”, música do disco Amores e Vícios da Geração Nostalgia (2024). “A iniciativa de botar as bandas aqui, independente, underground, isso daqui é uma coisa que enche meu coração de alegria, porque de fato tu vê que é real”, disse Mário Arruda, vocalista da banda.
Jadsa
Com um show visceral, a guitarrista e compositora baiana mostrou pela primeira vez ao vivo músicas do segundo álbum big buraco, lançado na última sexta-feira, 29/5. Acompanhada de Felipe Castro na percussão e Antonio Neves no sopro, ela comemorou o lançamento em grande estilo. “Quando a gente se abre para novas experiências, conseguimos curtir um festival como esse aqui. Experimentar um pouco de Jadsa e de Tássia Reis”, refletiu a artista.
Moor Mother
A multiartista americana Camae Ayewa, mais conhecida como Moor Mother, fez um DJ set dedicado ao rock na tarde de sábado. Fora a apresentação no festival, ela abriu o side show de Kim Gordon no Cine Joia, no domingo, 1/6.
Vera Fischer Era Clubber
O sotaque da vocalista Crystal Duarte entregava: o quarteto carioca desembarcou em grande estilo na capital paulista. Unindo beats eletrônicos e letras cheias de ironia, a banda apresentou as músicas do disco Veras I, lançado em abril. “A música, como a arte no geral, tem esse trabalho de expandir a perspectiva das pessoas, apresentar novas possibilidades, novas coisas que você nem sabia que gostava – e você gosta”, refletiu a cantora.
Maria Beraldo
Experimental, provocativa e sensorial, a multi-instrumentista tocou músicas dos discos Colinho (2024) e Cavala (2018). “A arte, a música e as experiências ao vivo fazem a vida ser possível. Nada substitui a experiência de um show, não podemos viver apenas nas telas”, dividiu a artista.
Yago Oproprio
Encerrando os shows do palco Poploading, o rapper paulista apresentou as faixas do primeiro disco, Oproprio (2024), e contou com a participação de Rô Rosa. “Aqui vai ser um lugar onde eu vou ter a oportunidade de apresentar o meu trabalho para pessoas que ainda não me conhecem. E aí, com isso, eu posso cativar novos ouvidos – e talvez conquistar alguns fãs”, disse o artista. Para ele, o palco foi mais do que uma vitrine, foi um sinal para se abrir a novas experiências: “Estar com os ouvidos atentos, seja em festivais ou na vida, é essencial para a gente descobrir o mundo.”