Led Zeppelin II (1969) é um marco na carreira do quarteto britânico e alavancou a banda – então ainda jovem – ao patamar de ícone do rock, levando os músicos a competir com os Beatles nas paradas de sucesso. O álbum também apresentou ao mundo clássicos como “Whole Lotta Love”, “Ramble On” e “Heartbreaker”.
O disco inaugura o NRC+ Essentials, novo complemento do clube de assinatura focado na curadoria de clássicos internacionais do rock e do pop. Conversamos com cinco especialistas sobre a importância do álbum e o que o torna essencial na história da música.
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Para Natália Gaio, fundadora da loja Molotov Discos, o álbum é um divisor de águas no rock. “Imagine misturar metal, hard rock, blues e psicodelia em 1969! Os riffs de Jimmy Page foram impactantes para a história da música, principalmente em ‘Whole Lotta Love’, com aqueles efeitos de distorção e eco na guitarra e na voz de Robert Plant”, comenta.
A jornalista cultural e professora universitária Adriana Del Ré complementa dizendo que o disco “apresenta o Led Zeppelin em estado quase bruto”. Para ela, o álbum consolidou o grupo como um dos pilares do rock pesado, mesmo sendo apenas o segundo trabalho da banda.
“Nesse álbum, a lírica e a estética musical do Zeppelin avançam em relação ao trabalho de estreia, dando forma definitiva aos riffs incendiários de Jimmy Page e aos agudos inconfundíveis de Robert Plant. Não podemos esquecer que dele nasceu um clássico absoluto e atemporal: ‘Whole Lotta Love’. O colecionador que tiver esse álbum em mãos possui uma espécie de documento musical histórico, que marca o momento em que o rock deixou de ser um gesto de rebeldia juvenil e se firmou como uma arte de intensidade”, analisa Adriana.
Ela também destaca a abertura da faixa clássica, que traz um dos riffs mais emblemáticos do rock, “combinando a potência do blues com a experimentação sonora em estúdio”. Segundo a especialista, “faixas como ‘Heartbreaker’ e ‘Moby Dick’ evidenciam o virtuosismo técnico da banda, enquanto ‘Thank You’ revela uma faceta mais melódica e emocional, funcionando como um contraponto sutil à atmosfera potente do álbum”.
O jornalista e autor de Jimmy Page no Brasil (2021), Leandro Souto Maior, classifica o álbum como essencial em qualquer discoteca, por ser “um dos mais incríveis e impactantes de todos os tempos”, e lembra que, no Brasil, Led Zeppelin II foi lançado antes do Led Zeppelin I (1969).

“Cresci ouvindo rock dentro de casa – meu pai e meu irmão tinham bandas – então ouvi muito Led Zeppelin quando era criança e adolescente”, relembra a escritora e jornalista Chris Fuscaldo. “Eu me lembro desse disco ter sido mais comentado do que o anterior. Ele traz referências de música folk que, principalmente nos Estados Unidos, estavam muito fortes.” Ela também ressalta o trabalho de Page na produção e a forma como o álbum agrada tanto aos fãs de rock clássico quanto aos de heavy metal.
O jornalista musical Igor Miranda reforça a importância de Led Zeppelin II para a construção da identidade da banda. “O primeiro álbum era quase todo ancorado no blues e muito próximo das suas influências, enquanto este começa a explorar novas referências – especialmente no peso.”
Segundo ele, “é um dos trabalhos pioneiros do heavy metal e provavelmente um dos mais influentes do que se convencionou chamar de hard rock. Aerosmith, Guns N’ Roses, Heart, Rush… muita gente seguiu à risca alguns padrões estabelecidos aqui”.
“Fora a qualidade musical em si, vale tê-lo na coleção para apreciar a produção de Jimmy Page em alta fidelidade. Do uso de panning e a viagem psicodélica no miolo de ‘Whole Lotta Love’ às camadas de guitarra em ‘Heartbreaker’, toda a parte técnica é conduzida com muito capricho. E ouvir isso em mídia física, com um bom aparelho de som, só engrandece a experiência”, conclui Miranda.