Mais um final de semana de The Town se aproxima. A partir desta sexta-feira (12/9) até domingo (14/9), o Autódromo de Interlagos recebe shows de Mariah Carey, Backstreet Boys, Katy Perry e muitos outros. Principal atração do palco The One, Ludmilla conta os segundos para o espetáculo.
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Também atração em 2023, dessa vez Ludmilla se apresenta no domingo (14/9), as 21h55. Do pagode ao pop e ao funk, a carioca não tem medo de experimentar musicalmente, agora ela prepara um álbum 100% focado no R&B. Em contagem regressiva para o festival, Ludmilla conversou com a Noize sobre expectativas, bastidores e próximos passos, inclusive na sua carreira internacional. Leia na íntegra abaixo.

Neste domingo (14/9), você se apresenta no The Town, sendo a atração principal do palco The One. O que o público pode esperar do show? Como a preparação de um show de festival é diferente de um show solo?
Festival tem uma energia muito especial, porque além dos meus fãs mais fiéis, tem muita gente que não me acompanha tão de perto no dia a dia. Por isso, vejo o palco dos grandes festivais como uma vitrine para o meu trabalho, e é por isso que comecei a investir cada vez mais em shows desse tipo. Fico feliz que os artistas passaram a prestar mais atenção nisso.
Esse show no The Town vai funcionar como um grande portal para a minha nova era. Quero levar o público para dentro do universo que venho construindo há tanto tempo, com sonoridade, estética e conceito visual cuidadosamente pensados. Ao longo dos últimos meses, já soltei alguns easter eggs e, finalmente, a galera vai começar a juntar os pontos e entender melhor essa nova fase da minha carreira.

Pode dar um spoiler sobre o show no The Town?
Olha, eu sou fã de surpresas e estou preparando várias para esse show. Mas surpresa é surpresa, né?! (risos). Posso adiantar que haverá alguns elementos visuais e tecnológicos que ajudam a dar mais força à apresentação, mas prefiro não contar tudo. Quem estiver lá vai sentir a energia dessa nova fase e perceber que cada detalhe foi pensado com muito cuidado.
Você também se apresentou na primeira edição do The Town, em 2023. O que será diferente no show de domingo?
Em 2023 eu vivi aquele momento como uma afirmação: “cheguei, tô aqui e posso entregar um show de nível internacional”. Agora, em 2025, venho mais madura, com um novo ciclo artístico e pessoal. Não preciso mais me provar; já entreguei espetáculos que me colocaram em destaque e agora, quero celebrar tudo que conquistei, sendo a mãe da Zuri, sendo a artista que tem mergulhado de vez no R&B. O show vai mostrar essa Ludmilla completa, confiante e conectada com cada momento da sua carreira.

Recentemente você lançou “Cam Girl”, com Victoria Monét, e voce vem explorando esses feats gringos nos últimos tempos. O que pode abrir sobre sua carreira internacional daqui para frente?
Essas colaborações internacionais são muito especiais porque abrem portas e conectam minha música com públicos diferentes. No Brasil, existe uma pressão enorme para que todo artista que se torna mainstream tenha que “ser internacional”, como se isso fosse a única medida de sucesso. Mas vejo essa transição como algo natural.
Com as redes sociais hoje, minha música chega a pessoas que eu nem imaginava, em lugares que antes seriam inacessíveis. Tenho, sim, conversas acontecendo lá fora e parcerias em vista, mas mais do que isso, quero fazer minha música chegar a novos lugares no meu tempo, sem me pressionar. Prefiro focar em projetos que realmente acredito e que representem quem eu sou como artista.
Você tem um álbum inteiro dedicado ao R&B a caminho. Conta mais sobre esse próximo lançamento, como será o projeto?
Esse álbum é, sem dúvida, o trabalho mais íntimo e ousado da minha carreira. O R&B sempre esteve na minha vida, mas agora decidi abraçar de vez esse gênero, trazendo a minha identidade brasileira pra dentro dele. A ideia não é copiar o que já existe, mas criar um R&B nosso, com batidas d brasileiras, com a forma que eu escrevo e com a energia que só a gente tem aqui. Vai ser um álbum cheio de emoção, de histórias pessoais, e, ao mesmo tempo, muito inovador na sonoridade.

Como você quer que R&B cresça ainda mais por aqui?
Eu quero que o R&B seja visto como algo possível dentro da nossa cena, sabe? O funk e o pagode também já foram desacreditados e hoje são potências. Minha ideia é fazer com o R&B o que fiz com o Numanice, mostrar que dá, sim, pra abrir caminho, conquistar público, ocupar espaço. Quero que os fãs se apaixonem por esse som tanto quanto eu, e que os novos artistas brasileiros se sintam inspirados a explorar esse universo sem medo.
Ludmilla, você já tem diversas produções explorando o pagode que, muitos, definem como o “R&B brasileiro”. Como você vê a conexão entre esses dois estilos? Como eles te impactam?
Eu sempre senti uma conexão muito forte entre o pagode e o R&B. Nos dois estilos, a maioria das letras fala de amor, de sentimentos. Tem também a questão da interpretação vocal, que sempre faz uso de melismas, por exemplo. Além disso, os dois gêneros têm raízes na cultura preta. Essa herança e essa conexão cultural influenciam diretamente a minha música. Inclusive, eu escrevo todas as músicas do Numanice primeiro em R&B e depois as transformo em pagode (risos).