Master para mídia física: as diferenças entre os formatos K7, CD e Vinil

09/10/2025

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Por: Victor Thomé

Fotos: Revista Noize e Unsplash

09/10/2025

Todo o processo de finalização de uma música até seu lançamento oficial pode ser bastante complexo. Desde sua escrita, aos arranjos e gravações, muito se discute sobre essas partes tão fundamentais.

Ao finalizar todas as partes técnicas, as faixas gravadas passam por uma etapa final, a masterização. Nessa fase, é feita toda mixagem, ajustando volumes gerais, graves, agudos e outros ajustes finos e limpezas, que fazem da versão definitiva a melhor experiência possível para o ouvinte. 

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A masterização vem lá do início dos tempos das gravações, com o processo de fazer a master, a matriz, que seria utilizada para a posterior produção em massa dos discos. 

Nesse processo, o técnico ajustava os parâmetros necessários para produzir um bom disco, que tocasse bem em todos os tipos de equipamentos, simples ou sofisticados. Com a chegada dos LP’s e CDs, esse trabalho se mostra fundamental.

Conversando com Marcos Abreu, engenheiro de áudio, sobre esses processos e os diferentes formatos envolvidos, vemos que a masterização pode variar dependendo do meio a que se destina o conteúdo, seja CD, vinil ou fita K7:

“O ideal é ter uma master para cada formato. Volumes, compressão e equalização variam de um meio para outro e, por isso, as necessidades de cada meio são diferentes. Uma observação importante também está na diferença entre álbuns e singles – a master do álbum serve para todas as faixas, trazendo coesão e equilíbrio para o projeto, enquanto singles podem ter uma masterização específica.”

Vinil (1948)

Descendente dos parentes do século XIX, cilindro fonográfico e gramofone, o primeiro LP (longplay) foi inventado pela Columbia Records em 1948, revolucionando o mundo do armazenamento musical e das gravações analógicas.


Podendo armazenar mais músicas e com um material mais resistente do que os discos feitos de goma laca da época, os LPs dominaram o mercado. A masterização de qualidade também foi peça-chave para isso, elevando a experiência a outro patamar que os discos de goma ainda deixavam muito a desejar, com menos músicas e mais ruídos e interferências.  

Marcos também ressaltou a importância dos equipamentos utilizados na hora da reprodução. No caso, os toca-discos, cápsula e agulha influenciam diretamente o resultado sonoro do material gravado. Essa seria a maior interferência direta na diferença sonora entre os formatos, principalmente se tratando do vinil para os CDs e K7s, que vão soar mais semelhantes em qualquer leitor de fitas ou cd player.

K7 (1963)

Inventada pela empresa Holandesa Philips, a fita K7 foi uma nova alternativa de gravação de áudio em fita magnética em um cartucho plástico, que facilitou muito o manuseio das fitas e revolucionou o mundo das gravações musicais analógicas, substituindo as caríssimas e pouco versáteis fitas de rolo. 

Seu tamanho também trouxe a portabilidade, o que favoreceu mais uma revolução na forma de se escutar música. Com a invenção de gravadores portáteis e principalmente do famoso Walkman, da Sony, nos anos 1970, a música passou a acompanhar cada vez mais as pessoas, deixando um legado inegável para as fitas.Inventada pela empresa Holandesa Philips, a fita K7 foi uma nova alternativa de gravação de áudio em fita magnética em um cartucho plástico, que facilitou muito o manuseio das fitas e revolucionou o mundo das gravações musicais analógicas, substituindo as caríssimas e pouco versáteis fitas de rolo. 

Seu tamanho também trouxe a portabilidade, o que favoreceu mais uma revolução na forma de se escutar música. Com a invenção de gravadores portáteis e principalmente do famoso Walkman, da Sony, nos anos 1970, a música passou a acompanhar cada vez mais as pessoas, deixando um legado inegável para as fitas.

A gravação no formato de magnético era algo completamente novo, que adentrou o mercado para perdurar por muitos anos. Dessa forma, muitas masters eram trazidas diretamente dos vinis ou estúdios, oferecendo uma qualidade excelente e fiel. Contudo, processos de compressão e equalização, que visavam aumentar o volume de som acima do ruído de fundo característico das fitas, acabaram prejudicando a qualidade final de muitos lançamentos. 

CD (1982)

O Compact Disc ou CD, como é mundialmente conhecido, é o formato digital mais versátil da lista, sendo inicialmente pensado apenas para a gravação musical, mas depois ampliando seus horizontes para armazenar todo tipo de dados. Idealizados pela Sony e Philips, os discos feitos de acrílico funcionam a partir da leitura de “pits”, minúsculas impressões no disco de acrílico, cobertos por uma superfície espelhada, convertidos em dados binários de 16 bits.

A particularidade do CD é que ele conta sempre com a mesma qualidade de som da master, diferente do vinil, que sempre foi mais dependente dos equipamentos para a melhor qualidade do áudio. Dessa forma, por anos os CDs reinaram no mercado.

Porém, há cerca de uma década, com as cópias facilitadas, streaming e armazenamento em nuvem, seu uso despencou, enquanto o mercado do vinil acabou superando-o.  

Marcos também cita a “guerra dos volumes”, que assolou os CDs e os formatos digitais, que ainda sofrem muito pelo excesso de compressão do áudio na masterização, uma batalha para ver quem toca mais alto: “Isso fez com que os CD’s realmente tocassem alto, mas perdessem muito da dinâmica musical e a diferença entre os sons mais fortes e mais fracos, deixando tudo muito achatado, sem expressão. Essa dinâmica, porém, permanece nos bolachões”, conclui.

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09/10/2025

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Victor Thomé