O subtítulo E se a gente seqüestrasse o trem das 11? diz tudo: o samba é a (anti) lei nesta coletânea. Subvertendo o ritmo brazuca ao longo de suas 14 faixas (incluindo a boa inédita “Estela”), Fred Zeroquatro e cia mostram porque o Mundo Livre S/A detém o mérito pela manutenção do manguebit no século XXI. O motivo não é menos poético do que a capacidade de fertilizar o rock com o enxofre dos mangues pernambucanos – e com muito sucesso. Em Combat Samba, produzido pelo mítico Carlos Eduardo Miranda, somam-se aos sucessos comerciais canções menos conhecidas. Em comum, o resgate da psicodelia setentista de Jorge Ben, a rebeldia do Clash e a versatilidade eletrônica moldados como a lama do Recife.
>> Por Fernando Corrêa