Olê, olê, olê, olê, Ringo, Ringo

18/11/2013

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Por: Revista NOIZE

Fotos:

18/11/2013

Fotos: Paula Mc Allister

Nós, fãs dos Beatles, nunca esperamos muito do Ringo. E ele nunca nos decepciona. Ou surpreende. O show que ele apresentou nos dias 8 e 9 de novembro, no histórico Luna Park, no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires, foi quase o mesmo que ele levou para o Brasil, em 2011.

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Saíram algumas músicas não tão relevantes e entraram outras menos ainda. A ordem das canções não se alterou muito e, como era de se esperar, novamente o ex-Beatle deixou de fora a consagrada “Octopus’ Garden”, do disco “Abbey Road”. O público – de uma média de idade bastante alta até para um show do Ringo – não se animou muito com as canções interpretadas pela sua All-Starr Band.

Canções pouco conhecidas, com solos de guitarra e piano longos e enfadonhos fizeram com que a plateia se sentasse toda vez que não era Ringo que estava cantando. Nas músicas em que o ex-Beatle assumia o microfone, aí sim! O pessoal levantava, dançava, cantava junto.

Nota-se que Ringo Starr não tem muita vocação para frontman – mesmo que os Beatles tenham colocado ele, literalmente, em um pedestal, acima dos outros três. O ex-Beatle não demonstrava muita desenvoltura com o microfone na mão. Por vezes, parecia aquele jogador em final de carreira, que corre muito para evitar que uma bola saia pela lateral, mas passa o resto do jogo troteando em campo.

De qualquer forma, o histórico baterista narigudo não foi em nenhum momento jactante. Foi carinhoso e atencioso com todos que se acercavam do palco para entregar-lhe algum presente. Fosse o que fosse, ele se abaixava, pegava e agradecia sempre dizendo “obrigado” e “te amo”.

Embora um tanto tedioso e demorado, há um fator chave e inigualável que fez toda a diferença: era um show de um Beatle na Argentina. E isto diz muito. Foram duas noites com o Luna Park completamente lotado. As pessoas levaram seus discos de vinil, faixas, balões amarelos, camisas dos Beatles e havia até uma garota trajada com o uniforme rosa que Ringo usa na capa do disco “Sgt. Peppers”.

Volta e meia, durante o show, as pessoas levavam os braços para trás e para frente, num ir e vir frenético, enquanto cantavam “olê, olê, olê, olê, Ringo, Ringo”. Ao final do show, em “With a Little Help From My Friends/Give Peace a Chance”, o Luna Park virou uma arquibancada de estádio de futebol argentino, com as pessoas cantando os refrãos a plenos pulmões.

De repente, a música terminou, a banda se foi. O público permaneceu imóvel, na espera de um bis. Porém, a luz acendeu, o show terminou e o sonho acabou. Outra vez.

Parece que o velho Ringo já contribuiu o máximo que podia para a música. Está mais do que na hora de pendurar as baquetas e deixar seu legado cantar por ele.

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18/11/2013

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