Beleza. Mas agora a gente faz o que com isso? é a edição #100 do NOIZE Record Club. O novo álbum de Rubel foi escolhido para comemorar o novo ciclo do maior clube de vinil da América Latina. O kit exclusivo para assinantes contém um disco de vinil azul claro translúcido com capa gatefold e revista NOIZE #164.
No quarto trabalho de sua carreira, o cantor e compositor carioca despe-se por completo. As faixas foram compostas por Rubel durante um mês, após sua recuperação de uma cirurgia no coração, e foram gravadas em seu home studio, com produção do próprio.
“Sou um grande fã dos discos feitos em quarto, algo que se tornou muito presente nas duas últimas décadas. Meu primeiro álbum foi muito inspirado nessa maneira de produzir. A partir dele eu fui para estúdios maiores, com banda, mas eu sempre senti falta de voltar para a coisa do quarto. Eu sabia que em alguma hora eu voltaria, e agora pareceu o momento certo”, declarou o músico.

Trazendo instrumentação sutil, o disco é baseado na voz e no violão do artista, remetendo à tradição da MPB, com ambiência complementada por pianos e arranjos de cordas e sopros comandados pelo pernambucano Henrique Balbino.
Beleza. Mas agora a gente faz o que com isso? apresenta canções de autoria de Rubel, mas também uma versão em português para “A La Ventana, Carolina”, do mexicano El David Aguilar, e uma interpretação de “Reckoner”, do Radiohead, que fecha o disco e conta com arranjos de Arthur Verocai.
Já o título da obra é inspirado em um trecho do livro Triste não é ao certo a palavra (2023), do escritor carioca Gabriel Abreu. Rubel busca uma forma de aproximar a canção com a literatura, trazendo inclusive citações à autores como o português Valter Hugo Mãe.
As letras contém um tom confessional, em versos nos quais Rubel usa imagens do cotidiano com forte lirismo para falar de temas como o amor, mas sobretudo para realizar reflexões existenciais sobre a própria vida. Não à toa, o álbum começa com os versos de “Feiticeiro Gozador”: “Tenho/ Tanto pra viver/ Temo/ Que o tempo não dá”.
“Nesse disco eu estou realmente perseguindo os mistérios, os milagres, e eles estão chegando. Então, tem vários momentos da composição que para mim são evidências ou registros do próprio mistério em curso”, declarou o artista sobre seu desejo de compreender o mundo através da música.