Percorrendo o Brasil com a turnê do disco Heavier Yet (Lays the Crownless Head) (2024), Seun Kuti se apresenta com a banda Egypt 80. O álbum, com produção de Lenny Kravitz, reforça seu papel como legado do afrobeat, estilo musical criado por seu pai, Fela Kuti.
Nesta sexta-feira (7/11), o cantor integra o line-up do Trace Brasil, festival gratuito em Salvador. Em seguida, ele se apresenta em São Paulo, com shows no sábado (8/11) e domingo (9/11), no Sesc Pompeia [ingressos aqui].
No interior de São Paulo, Seun se apresenta em Bauru (12/11) [ingressos aqui] e em Sorocaba (14/11) [ingressos aqui]. Ele finaliza a passagem pelo Brasil com mais um show na capital paulista, no dia 16/11, no Bourbon Street [ingressos esgotados].
Discos favoritos de Seun Kuti
Entre fusão musical e ativismo, o pai de Sean, Fela Kuti fez história na música nigeriana por ser o pioneiro do afrobeat. O gênero musical nasceu na Nigéria, nos anos 60, e depois ganhou o mundo, influenciando uma geração de artistas, como Gilberto Gil e Seu Jorge.
Fela fez experimentos com a música negra norte-americana envolvida pela percussão tradicional africana e referências iorubás. O beat é inconfundível, além de ser carregado de mensagens políticas. Ao longo dos anos, o afrobeat se reinventou.
Hoje, o estilo também ganha toques de funk e jazz. A herança cultural de Fela Kuti segue em expansão, sendo um resgate à ancestralidade negra. À pedido da Noize, Sean lista seus cinco discos favoritos, que trazem referências do estilo.
Sorrow Tears and Blood (1977) – Fela Kuti
Um dos álbuns mais emblemáticos de Fela, o trabalho é uma resposta à repressão política na Nigéria, a violência do Estado e o legado do colonialismo. “Sorrow Tear and Blood” é a primeira música que aprendi a cantar/tocar, ao lado da banda de meu pai. O álbum moldou minha performance de palco”.
Flesh Of My Flesh, Blood Of My Blood (1998) – DMX
Sucesso de público e crítica, Flesh Of My Flesh, Blood Of My Blood passou semanas no topo da Billboard, um feito notável para um artista estreante — o álbum foi lançado apenas sete meses depois da sua estreia com It’s Dark and Hell Is Hot (1998). “O álbum me ajudou muito a superar a perda do meu pai”
America Brasil (2007) – Seu Jorge
O álbum consolidou Seu Jorge como um dos artistas mais criativos e carismáticos da música brasileira. Sonoramente, o disco traz muito samba, funk, soul, MPB e pop. Em America Brasil estão os maiores hits do carioca: “Burguesinha” e “Mina do Condomínio”. “É um grande álbum”.
Black Times (2018) – Sean Kuti e Egypt 80
Com grooves pulsantes e letras politizadas, o disco é um chamado à libertação, justiça social e orgulho negro. Vale destaque para as faixas “Last Revolutionary” e “Black Times”. “Com esse álbum, consegui minha primeira indicação ao Grammy, não posso deixar de citar [risos]”.
Chapter 1: Where Does Happiness Come From? (2025) – Mádé Kuti
Combinando herança e inovação, Mádé Kuti apresenta um álbum existencialista e instrumentalmente rico, mostrando que a música de resistência pode evoluir — sem perder sua raiz — ao refletir sobre os desafios contemporâneos. “O álbum do meu sobrinho ajuda a entender a nova voz do afrobeat”.