A inventividade do Snarky Puppy os consolidou como nome relevante do jazz contemporâneo. A mega banda, de 25 músicos, se diferencia pelo caráter itinerante. Em cada turnê, trazem uma nova formação, e, para os shows que rolaram no Brasil — em São Paulo, no The Town (12/9), Porto Alegre (16/9) e Rio de Janeiro (17/9) — não foi diferente.
“Isso faz com que cada turnê seja única, musical e energeticamente, tanto para o público quanto para a banda. Todos nós abraçamos isso”, diz Michael League, fundador da banda, em entrevista à Noize.
Ao longo dos 20 anos de carreira, o grupo também já dividiu o palco com músicos daqui, como Carlos Malta, Marcos Suzano, Gabriel Grossi e Bernardo Aguiar. “Sempre ficamos ansiosos para tocar no Brasil. O público aqui é muito musical, dá pra sentir que estão com você a cada nota. É um país apaixonado por música, e isso é muito especial de se vivenciar no palco”, continua Michael.
O coletivo — que nasceu nos corredores da Universidade do Norte do Texas em 2004 — cresceu e se aprimorou a cada ano. De lá pra cá, já conquistaram 5 Grammy’s e construíram uma cultura musical global, com participações que vão do Japão a Porto Rico.
Mesmo com a rotatividade, o próprio grupo lembra: não é uma banda de fusão e muito menos de jam. O que o Snarky Puppy faz é muito deles, e quem acompanha o grupo sabe. Individualmente, os músicos mantêm agendas lotadas na banda de artistas como Erykah Badu, Snoop Dogg e Kendrick Lamar, além de produtores, como David Crosby.
“Cada um tem sua personalidade musical única, e traz isso pra música — e todos nós nos adaptamos. É assim que crescemos como grupo: nos alimentando do crescimento individual de cada integrante”, diz Michael. Nesta turnê o grupo traz no repertório todos os seus álbuns, enquanto contam os segundos para o lançamento de Somni (2025), com previsão para 21/11.
Um dos queridinhos do público é We Like It Here (2014), com remasterização lançada no ano passado. “Esse álbum continua relevante pelas suas músicas. O solo do Cory Henry em ‘Lingus’ viralizou, são essas músicas que o nosso público mais canta junto nos shows”, diz Michael.
Quando pergunto sobre a longevidade da banda, Michael é claro nas razões: “Respeitar todos ao seu redor, ter vontade de melhorar todos os dias, e focar em pequenas metas em vez de se pressionar para realizar grandes feitos rápido demais. Coisas boas levam tempo”.