O lendário DJ americano Jeff Mills se apresenta nesta terça e quarta-feira, 14 e 15/10, na Casa Natura Musical, em São Paulo. Os shows integram a turnê do projeto Tomorrow Comes The Harvest, no qual o artista divide o palco com Prabhu Edouard (tabla, instrumento de percussão indiano) e Jean-Phi Dary (teclado). O repertório mistura sonoridades eletrônicas, ritmos ancestrais e altas doses de improviso.
“O conceito do Tomorrow Comes The Harvest se baseia na improvisação e na espontaneidade, por isso não planejamos o que vamos fazer. O que sabemos é que vamos usar nossos instrumentos para expressar como nos sentimos. O público não deve – e nem pode – esperar algo. Esse é o aspecto mais interessante do projeto”, explica Jeff Mills.
Nesta jornada sensorial, em que ritmo e amizade se encontram, o presente é o protagonista – cada apresentação é única. Em uma época de performances engessadas, o conceito se encaixa como uma luva nas inspirações do pioneiro da cena techno de Detroit.
“Não tocaremos nada que já tenhamos tocado antes. O Tomorrow Comes The Harvest é como caminhar por uma floresta densa sem saber o que você vai encontrar. É realmente uma exploração do som e da harmonia”, comenta o artista.
Nas mais de três décadas de carreira, Jeff flerta com uma abordagem futurista. Para além do trabalho como DJ, o fundador do selo Axis Records atua como compositor, curador e colaborador em projetos com orquestras, cineastas e artistas visuais. Sobre a conexão entre música eletrônica e orquestra, ele comenta: “Elas se conectam, assim como todas as outras formas de música, porque o objetivo é o mesmo: iluminar e envolver o ouvinte com expressões sonoras.”
“De certa forma, os músicos assumem a responsabilidade e se envolvem nesse processo de usar a música para melhorar a existência das pessoas. Não existe uma maneira correta de fazer isso. É um conjunto de variáveis em constante movimento e mudança com o qual cada músico deve lidar, independentemente do gênero musical.”